Não posso chamar de meu;

Não quero mais falar de alegrias,e quem dirá tristezas!
Ninguém precisa de mais assuntos clichês e presíveis,como a dor de um amor perdido ou contos que,no primeiro parágrafo,você já pode prever as últimas palavras.
Você acha que é criativo?Eu já não tenho tanta certeza,estou cansada das mesmas reflexões e pensamentos,sentimentos e palavras.
As mesmas melancolias e memórias,porque insistimos em sermos tão padronizados?
Dizemos estar na era da liberdade e indepêndencia,talvez física mas não psicológica...ainda queremos autonomia mas nos baseamos em argumentos idênticos.
Porque temos medo de explorar o desconhecido,desenvolver novas ideias?Tenho minha teoria,ou melhor,aquilo que me fizeram acreditar: é mais fácil discutir sobre o que já está na roda,concordar com uma opinião já antes aceita por outros ao invés de ir além e buscar novas expectativas,ser tachado de insano.
Não me excluo dessa massa,já deixei de ser espontânea e autêntica para ser 'aceita'.Porque o diferente é estranho e assim construímos uma sociedade monótona,cheia de conceitos pré-determinados como certo ou errado.
Não vou dizer que nunca escrevi sobre clichês,aqui mesmo tenho montes deles,mesmo tentando ser diferente de alguma maneira ainda assim são as mesmas especulações.
Dessa vez eu quero ir além,sem limites,divagar sobre o estranho.Quem sabe quanto tempo pode demorar?
Sobre essas circunstâncias não relato aqui meus devaneios,e sim a vontade de tê-los,que por enquanto não passa disso pois ainda não aprendi o inusitado.Não posso procurar exemplos,nem pedir ajuda a quem já os teve,afinal não são considerados novos,pertencem a outra mente.
Como aprender algo que você tem que ensinar a si mesmo?
Quero uma teoria para chamar de minha,um conceito para dizê-lo próprio e uma ideia para defender sabendo seus fundamentos,sem a distorção que a maioria sofre pelo interesse de cada um.